quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Coliseu de Lisboa: Carlos do Carmo canta Ary dos Santos


O fadista Carlos do Carmo actua esta sexta-feira no Coliseu de Lisboa (21h30), num espectáculo em que interpretará apenas poemas de Ary dos Santos.

Intitulado 'Ary Sempre!', o espectáculo surge numa altura em que se assinala o 25º aniversário do falecimento do poeta. Amigo pessoal de Ary dos Santos, e um dos artistas que mais o cantou, Carlos do Carmo leva ao Coliseu um alinhamento especial, cuidadosamente preparado no qual se incluem composições do disco 'Um Homem na Cidade', de 1977, cujas letras são todas da autoria de José Carlos Ary dos Santos.

Em palco, Carlos do Carmo será acompanhado por Ricardo Rocha (guitarra portuguesa), Carlos Manuel Proença (viola), e Fernando Araújo, no baixo. Destaque ainda para a participação especial do pianista e compositor Benardo Sassetti.




Texto in CM online, 03-12-2009

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Mariza: "The Times" elege disco da fadista como um dos melhores da década


O álbum "Fado Curvo", da fadista Mariza , foi eleito pelo jornal "The Times" como um dos melhores trabalhos musicais dos últimos dez anos. A portuguesa surge na sexta posição da categoria "world music" (música do mundo), entre artistas como Youssou N Dour , Orchestra Baobab , Lhasa, Amadou e Mariam ou Tinariwen .

Editado em 2003, "Fado Curvo" foi o segundo álbum da fadista, que alcançou com este trabalho quatro discos de platina. Diz o "The Times" que Mariza "pegou numa música antiga, desacreditada e tornou-a contemporânea e sexy, vendendo-a a uma audiência que antes a ignorava".

O jornal britânico lembra ainda a participação da fadista no programa "Later with Jools Holland" , onde numa única aparição se "tornou logo numa estrela".

No primeiro lugar do ranking do "The Times" surge Tinariwen, com "The Radio Tisdas Sessions".









in Expresso online, 26-11-2009

sábado, 10 de outubro de 2009

Ana Moura: "Leva-me aos Fados" chega ao público a 12 de Outubro


Ana Moura está de volta com um novo disco. ‘Leva-me aos Fados’ é o quarto álbum de estúdio da fadista, o sucessor do multi-galardoado ‘Para Além da Saudade’ (2007).


‘Leva-me aos Fados’ conta com uma lista de participações de luxo de onde se destacam José Mário Branco, Gaiteiros de Lisboa, Manuela de Freitas, Amélia Muge e Tózé Brito. Tal como os anteriores, tem a produção de Jorge Fernando.


Com 55 mil unidades vendidas, ‘Para Além da Saudade’ foi o disco de consagração de Ana Moura. Há 120 semanas no top de vendas nacional, muito perto de atingir o Galardão de Tripla Platina, este era o disco que incluía os muito aclamados ‘Os Búzios’ (Jorge Fernando), ‘Fado da Procura’ (Amélia Muge) ou ‘’E Viemos Nascidos do Mar’ (Fausto). O seu estrondoso sucesso recuperou os discos anteriores – ‘Guarda-me a Vida na Mão’ (2003) e ‘Aconteceu’ (2005) – os quais atingiram também no ano passado o Galardão de Ouro.


Com o reconhecimento da crítica, chegou também o reconhecimento dos seus pares e, em 2008, Ana Moura recebeu o Prémio Amália de Melhor Intérprete. Pisou mais de 300 palcos diferentes na sua última tournée, visitou dezenas de Países em vários continentes e foi foco de todas as atenções quando em 2008 pisou o palco do Estádio de Alvalade para cantar com Mick Jagger ou, mais recentemente, quando os ecos da Imprensa francesa deram conta da viagem propositada de Prince para a ver cantar em Paris.


É por tudo isto que ‘Leva-me aos Fados’ é um dos discos mais aguardados deste ano. Estará disponível a 12 de Outubro e será apresentado ao vivo a 20 e 21 de Outubro, primeiro na Casa da Música, no Porto, depois no Tivoli, em Lisboa.



Foto e texto in http://www.anamoura.net/

Vídeo localizado no YouTube

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Cristina Areia, 25 anos depois


Em 1984/1986, fui produtor de um espectáculo de revista à portuguesa com o nome "Isto é espectáculo!", cujas receitas reverteram a favor da Cruz Vermelha Portuguesa, e que foi apresentado na generalidade das salas da Grande Lisboa e Ribatejo.
Do elenco fizeram parte Florbela Queiroz, Octávio de Matos, Valério Silva (cantor), Norberto de Sousa, Manuel João (filho do Norberto e Florbela), Carlos Brito, Daniel Bekerman e duas jovens que estavam a iniciar as suas carreiras: Cristina Areia e Eva Cristina.
Da Eva Cristina, nunca mais ouvi falar. A Cristina Areia é capa da ‘Playboy’ de Outubro!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Amélia Muge no Fórum Cultural do Seixal



Nasceu em Moçambique e encontrou na canção portuguesa a forma ideal de se expressar. O seu fado eleva-a ao pódio das mais conhecidas vozes femininas do género, especialmente fora de portas. A fonte deste sucesso - a vasta colecção de canções - é revista por Amélia Muge no Fórum Cultural do Seixal, dia 25 de Setembro.

"É tempo, sobretudo, de recolecção em prados conhecidos", explica Amélia Muge. "De pegar em cada canção, olhá-la como se olha uma planta, ponderar o que é fruta, flor, cacto ou arbusto, escolher as mais resistentes, as que melhor se darão no mercado da praça, as mais vistosas, eventualmente as que, com formas estranhas, possam chamar a atenção porque definitivamente, mais ninguém tem iguais para vender."

O espectáculo tem por título "1 Autora - 202 Canções". É este o número de temas seus registados na Sociedade Portuguesa de Autores. Mas Amélia Muge vai também visitar canções alheias.


Texto in Público online, 18-9-2009

domingo, 13 de setembro de 2009

Real Combo Lisbonense: Um grupo que recupera canções de outros tempos

O Real Combo Lisbonense é o mais recente projecto do músico e artista visual João Paulo Feliciano. É também um grupo singular, entre o conjunto de baile e a banda pop, com um EP já editado




Algumas pessoas associarão o nome João Paulo Feliciano ao músico que, no final da década de 80, formou a primeira "all portuguese fake american rock'n'roll band", os Tina and The Top Ten. Outras pensarão no artista visual que expôs os seus trabalhos nos principais espaços de Portugal, e também em mostras e galerias estrangeiras. Mas não é esse passado ligado ao rock alternativo, ou um presente noutros campos artísticos, que começa a gerar algum burburinho. No centro das atenções encontra-se agora o Real Combo Lisbonense, inspirado nos conjuntos de baile que se ouviam nos anos 50 e 60.

"O Real Combo Lisbonense é um grupo com uma natureza própria e nova. É uma coisa algo híbrida, entre o conjunto de baile e a banda pop", explicava há dias João Paulo Feliciano no seu ateliê, um armazém em Lisboa que hoje serve de sala de ensaios para o grupo. E vai mais longe: "Até aparecermos não havia nenhum grupo com estas características."

De onde "aparece" então este grupo de baile, que recupera músicas que o público tinha esquecido há muito? "Isto começa tudo a ganhar forma no início do ano passado, só comigo e com o Mário, o meu irmão", avança. A ideia era fazer em Portugal aquilo que a Orquestra Imperial fazia no Brasil. E tinham duas opções: "recorrer a músicos contratados" ou formar "um grupo a sério". Optaram pela segunda. João Leitão, dos Irmãos Catita, foi então o primeiro músico contactado pelos irmãos Feliciano. Alguns meses depois, o conjunto contava com 11 elementos.

Antes, porém, Feliciano já tinha começado a escolher as canções que iam tocar. "Este universo da música portuguesa dos anos 50 e 60 não me era estranho", afirma. "Sempre fui ouvindo e coleccionando algumas raridades, se bem que nunca o tinha feito de uma forma sistemática e intensiva." Surgia então um primeiro problema. "Em Portugal produziu-se pouco e a qualidade era baixa, portanto, são poucos os exemplos interessantes. E dá trabalho encontrá-los."

Apesar das dificuldades, o Real Combo Lisbonense já tem perto de 25 temas no seu repertório, e vão começar a trabalhar em mais cinco. "Acho que vamos chegar aos 100 temas à vontade", avança, confiante. A palavra "repertório" deve ser sublinhada. Quem o diz é o próprio intérprete. "O nosso objectivo é tocar músicas que fazem parte de um património, de um repertório comum. Que eu toco de esta maneira e tu tocas de outra", reflecte. "É isso que eu quero, e é por isso que daqui a 20 anos podemos estar a tocar versões de músicas que estão a ser feitas agora".

Hoje, contudo, o grupo limita-se a entoar músicas escritas entre as décadas de 50 e 60, um período sobre o qual paira a sombra do Estado Novo. "Espero que, no âmbito da música, o Real Combo Lisbonense ajude a alterar essa relação mal resolvida com o nosso passado. Não precisamos de o renegar, nem de o glorificar. Precisamos de o assumir", dispara. "Nem tudo aquilo que se surgiu nessa altura deve ser posto de lado", diz. "Seja a bolacha Maria, sejam as músicas do Mário Simões e de tantos outros".

Curiosamente, e apesar de não ter concertos agendados, à partida a banda não recusa propostas. "É preciso um serviço, nós estamos aqui. Porque não havemos de tocar num casamento? Só depende do facto das pessoas estarem dispostas a pagar, e das condições apresentadas". Até porque, como diz Feliciano, no fundo "isto é só musica para as pessoas ouvirem, se divertirem e dançarem".


in DN online, 13-9-2009


terça-feira, 1 de setembro de 2009

"Celebration": O novo videoclip de Madonna

O videoclip "Celebration", com um dos temas inéditos que Madonna incluiu na compilação homónima que reúne grandes êxitos da cantora, estreia esta terça-feira. VEJA O VÍDEO em baixo

A compilação dos êxitos de Madonna será posta à venda em Portugal a 21 de Setembro, anunciou a FNAC.

O videoclip, gravado com bailarinos profissionais, tem outra versão que será dada a conhecer nos próximos dias e na qual participaram fãs que foram convocados durante a digressão de Madonna, intitulada "Sticky & Sweet Tour", em Milão e Barcelona.

Texto in Visão online, 01-9-2009

domingo, 9 de agosto de 2009

"Três Cantos": Fausto, José Mário Branco e Sérgio Godinho juntos em Lisboa e Porto...


«Lisboa, 09 Ago (Lusa) - José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto cantam juntos dia 22 de Outubro no Campo Pequeno, em Lisboa, e dia 31 no Coliseu do Porto.




O espectáculo intitulado "Três Cantos" junta intérpretes e autores cujas carreiras e percurso de vida se cruzam e revelam afinidades, quer musicalmente quer em termos poéticos.




Uma nota da produtora, Vachier & Associados, afirma que se trata de um "encontro histórico". »
Texto in JN online, 9-8-2009

quinta-feira, 23 de julho de 2009

David Fonseca faz lançamento de 'single' gratuito na Net...


Na próxima segunda-feira, chegará ao site de David Fonseca - http://www.davidfonseca.com/ - o primeiro single do seu próximo álbum, ainda sem título e a ser editado apenas em Outubro. O tema intitula-se A Cry 4 Love, e estará disponível gratuitamente. Esta aposta é para o músico "um prenúncio do que se irá passar no futuro, é um investimento num tipo de comunicação mais próximo e interactivo com o público, o que não invalida que o mercado mais tradicional deixe de existir". Neste seu novo álbum, David Fonseca tocou praticamente todos os instrumentos: "Quando fui para estúdio quis fazer algo completamente diferente do Dreams In Colours, até no processo de criação", contou. Quanto ao cantar em português neste trabalho, o músico deixou a dúvida no ar.





Texto in DN online, 23-7-2009

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Música de José Afonso continua viva nas muitas versões dos seus temas...


«Lisboa, 15 Jul (Lusa) - A música de José Afonso continua viva nas muitas versões de temas do cantor que continuam a ser feitas "por diversos intérpretes, portugueses e estrangeiros, e nos mais variados registos musicais", afirmou hoje a historiadora Irene Flunser Pimentel.

A autora da fotobiografia de José Afonso falava na Casa da Imprensa, onde teve lugar a apresentação da obra, publicada pelo Círculo de Leitores e pela Temas e Debates.

Segundo Irene Pimentel, "dos anos 60 até ao presente existe mais de uma centena de versões de temas cantados originalmente por José Afonso, inclusive uma versão do 'Grândola, Vila Morena' em sueco" e, segundo Joaquim Vieira, "uma outra em jazz, um estilo de que o Zeca até nem gostava". »
Lusa, 15-7-2009

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Camané: Para recordar uma noite de fados...


«No dia 16 de Maio de 2008 Camané subiu ao palco do Coliseu dos Recreios. A sala de espectáculos lisboeta estava completamente esgotada. Mas esta não era a primeira vez que o fadista subia a este palco. Foi lá que se apresentou na Grande Noite do Fado. Partilhou este espaço em anos anteriores com Carlos do Carmo ou no grupo Humanos. No entanto, no dia 16 de Maio de 2008 Camané encontrou um Coliseu completamente esgotado para o ouvir, no seu primeiro concerto em nome próprio nesta sala.

Os momentos que aí se viveram foram registados e serão editados em CD e DVD na próxima segunda-feira, numa edição limitada que se intitula simplesmente Camané Ao Vivo no Coliseu - Sempre de Mim.

O título não engana, este concerto serviu para apresentar o último disco de originais do cantor, Sempre de Mim, que o consagrou definitivamente como uma das maiores vozes do fado na actualidade. Foi este o primeiro disco da sua autoria que chegou ao número um do top de vendas e também o que mais rapidamente chegou à marca de platina.

Camané não esperava tanto sucesso: "Este espectáculo realizou-se logo a seguir à edição do disco, o que não é normal. Ainda estava tudo muito a quente, ainda se sentia alguma tensão, mas em muito pouco tempo o Coliseu esgotou. Fiquei contentíssimo, não esperava que esgotasse tão rapidamente", contou o fadista ao DN.

O cantor, que antes já tinha esgotado sete noites seguidas no Teatro São Luiz (momentos que podemos recordar no DVD Ao Vivo no S. Luiz, em 2006), explicou ao DN que o concerto no Coliseu dos Recreios que agora será editado em CD e DVD foi o seu "primeiro concerto no Coliseu e foi espantoso, correu tudo muito bem, a receptividade do público foi óptima".

Apesar das palavras positivas, Camané contou que hoje mudava muito do que aconteceu nessa noite de Maio: "Fazia tudo diferente, porque considero que posso sempre fazer melhor ou de outra forma". O músico revelou mesmo que devido ao seu "perfeccionismo exagerado", não tem quaisquer CD ou DVD seus em casa.

Foi esse "perfeccionismo" que o levou a cortar alguns momento do concerto, nomeadamente os vários encores que lhe foram pedidos no final dessa noite: "Não fazia sentido, no DVD, as pessoas a baterem palmas, eu a sair e a voltar, até para mim torna-se chato ver isso. Acho que as pessoas num DVD querem realmente é ouvir a música".

No último ano Camané tem experimentado novas formas de interpretar o seu fado, nomeadamente num espectáculo intitulado Vadios, acompanhado por Bernardo Sassetti e Mário Laginha. Os três artistas apresentaram pela primeira vez este concerto no Centro Cultural de Belém em Julho do ano passado e no próximo dia 17 voltam a repetir o feito, no Jardim do Cerco, em Mafra, no âmbito do Cool Jazz Fest. E nos planos do fadista está a gravação de um disco deste projecto, algo que poderá acontecer no final deste ano ou no início do próximo. Para 2010 Camané revelou também que gostaria de gravar um novo disco de originais. Mas para já ainda tem Sempre de Mim em mente: "Ainda quero muito tocar este disco ao vivo." »
in DN online, 08-7-2009


segunda-feira, 6 de julho de 2009

Tributo de Madonna a Michael Jackson no concerto em Londres...(com vídeo)...


Madonna prometeu... e cumpriu. A artista havia prometido homenagear o seu colega e amigo e assim fez. Durante o seu concerto de sábado à noite, em Londres, Madonna prestou um tributo a Michael e no fim pediu um enorme aplauso para "um dos maiores artistas que o mundo conheceu".

Um jovem bailarino imitou na perfeição alguns dos passos mais mediáticos de Michael Jackson.
Vestido a rigor, ao som das músicas do 'Rei da pop' e com uma foto do cantor como pano de fundo, até parecia que o artista ainda estava vivo.





in Visão online, 05-7-2009

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Kylie Minogue no Pavilhão Atlântico, sábado, 4 de Julho..


«EM 1987, muito pouca gente apostaria que aquela cantora de 19 anos, cabelo louro aos caracóis e sorriso aberto, já perto de ser uma estrela da televisão australiana e com um single chamado 'I Should Be So Lucky' nos tops de todo o mundo, ainda seria ouvida e falada dali a cinco anos, quando mais ao cabo de duas décadas. Sucede que Kylie Minogue teve mesmo sorte, ingrediente que adicionou ao talento e a uma percepção raríssima do ar do tempo para dar por si, vinte e tal anos depois, um inequívoco ícone pop. Um ícone que visita palcos portugueses pela primeira vez no próximo sábado, 4 de Julho, no Pavilhão Atlântico lisboeta, nos últimos suspiros de uma década conturbada que abriu com a sua captação do zeitgeist por via do perfeito 'Can't Get You Out of My Head', mas que também incluiu o susto de um cancro da mama.

Já esteve em Portugal?
Visitei Portugal uma vez, provavelmente em 1990, ou à volta disso. Dessa vez entrei e saí do país. Nunca lá passei um tempo significativo, por isso estou entusiasmadíssima por, finalmente, fazer um espectáculo em Portugal.

Por estes dias, anda a actuar em diversos países pela primeira vez: não só em Portugal mas também na Polónia e em Marrocos. Está a gostar da experiência de visitar, de uma assentada, uma data de sítios que faltavam na sua caderneta?
Absolutamente. Estou a adorar. É óptimo tocar em sítios onde nunca estive, onde ainda não tenho uma ligação com o público nem uma percepção do que esperar desse público. Fazer espectáculos em locais novos é sempre interessante, e quando finalmente lá chegamos costuma ser um alívio. Depois de Portugal, mas ainda este ano, vou fazer uma digressão pelos Estados Unidos. Este é o meu ano para realizar os concertos e fazer as coisas que realmente me apetecem. Desta vez, tenho espaço na minha agenda para avançar com umas actuações mais... aleatórias. Um dia estava a 2500 pés de altitude numa montanha na Áustria, a seguir dei por mim em Marrocos... Tem sido tudo muito divertido. Adoro a minha banda, adoro estar em palco. Além disso, estes concertos não servem de promoção a nada - existem apenas pelo prazer de os fazer.

Em que consiste o espectáculo que traz a Portugal? Os concertos que tem realizado são uma espécie de aquecimento para a primeira digressão americana da sua carreira?
Não são um aquecimento (risos). Os concertos deste ano são, de certa forma, uma extensão daqueles que realizei no ano passado, na tour "X2008". Não podem ter a mesma dimensão desses shows, até porque nessa altura não havia planos para vir para a estrada este ano. Parte do material usado nessa tour já não existe, mas acho francamente agradável que os espectáculos em curso sejam, de certa forma, diferentes. Além disso, muitos dos locais por onde estamos a passar impõem algumas limitações. Um bom exemplo disso foi a data em Ischgl (Áustria), para onde tudo teve de ser transportado por teleférico. Para Lisboa tentarei levar tudo o que for possível, mas, independentemente de questões técnicas, o que não faltará será boa energia e entusiasmo. Todos os extras... adoro contar com eles, mas o ponto fulcral dos concertos sou eu e o público.

Antes do arranque da tour "For You, For Me" nos Estados Unidos, no final de Setembro, deve chegar às salas o filme "Blue", uma produção de Bollywood na qual você, tanto quanto li, tem um papel de relevo. O que nos pode contar sobre isso?
Na verdade, não faço parte do elenco principal. Apenas interpreto uma canção. Adoro os filmes de Bollywood, e uma das minhas fitas favoritas é "Om Shanti Om", cuja realizadora (Farah Khan) é também uma coreógrafa maravilhosa, e foi ela que elaborou o meu momento em "Blue". A experiência foi sensacional. Nunca tinha estado na Índia. A minha canção foi escrita e produzida por A.R. Rahman, que ganhou dois Óscares com o "Slumdog Millionaire".

A sua carreira como actriz, embora tenha arrancado uns bons anos antes de se virar para os discos, foi remetida para segundo plano mal as canções começaram a ter êxito, mas ficou sempre a sensação que gostaria de voltar a ter uma carreira sólida na representação. Tenciona prestar mais atenção a essa faceta no futuro próximo?
Sim, gostaria muito que isso acontecesse. A representação está presente na minha vida desde a infância, foi esse o meu primeiro emprego 'oficial', quando tinha 11 anos. Creio que venho usando a minha destreza como actriz em muito do que faço, desde a entrega na interpretação das canções aos vídeos e mesmo às sessões fotográficas, todas elas situações em que nos transformamos numas personagens ligeiramente diferentes. A Beyoncé tem sido óptima a explorar esse tipo de transformação com "I Am... Sasha Fierce". Identifico-me por completo com essa mudança: quando actuamos, tornamo-nos versões diferentes de nós próprios. Em relação à representação, não sei o que farei ou quando o farei. Vamos ver o que acontece.

Vem trabalhando no seu próximo álbum de originais. O que é que já está feito?
Neste momento não lhe posso dizer muita coisa, porque está numa fase bastante embrionária. Tenho estado em estúdio com dois produtores diferentes e sinto-me muito inspirada para me lançar num novo disco, que irá, provavelmente, reflectir a digressão do ano passado. Fiz imensos concertos, tinha uma banda nova, e esses excelentes músicos tornaram-se meus amigos. Sinto que sou capaz de manter aquele tipo de energia e de música (da tour de 2008), uma música que já não é electro ao ponto de se tornar difícil de reproduzir ao vivo. Quer dizer, o que faço terá sempre um lado electro, mas quero encontrar um maior equilíbrio entre isso e o que é possível criar, em termos musicais, em cima de um palco. Os últimos anos têm sido tão marcados por clicks e bleeps e ruídos esquisitos que as coisas estão a virar para um back to basics.
Que tipo de música a inspira neste momento? O que anda a ouvir?
Tenho andado a dar com toda a gente que me rodeia em doida à custa do álbum da Ladyhawke. É um disco fenomenal, amo-o. E também gosto muito do disco dos Empire of the Sun. Eles são australianos e a Ladyhawke é da Nova Zelândia (risos), mas não estou a ser tendenciosa. Também andei viciada nos Kings of Leon e nos The Killers, que são os meus preferidos do ano passado.

Leu "Words and Music", um livro de 2005 em que Paul Morley constrói uma espécie de história da música popular a partir de 'Can't Get You Out of My Head'?
Não, não li (risos). Você leu?

Sim, é um tratado simultaneamente insano e genial. Mudando de assunto: teve de fazer grandes mudanças na sua forma de estar em palco depois de lhe ter sido encontrado um tumor e do tratamento a que se submeteu em 2005 e 2006?
Tive de me tornar mais moderada. Em vez de realizar quatro concertos noutros tantos dias, faço dois e a seguir tenho um dia de folga. É o tipo de decisão que causa arrepios na espinha do meu manager (gargalhadas). Não será a melhor decisão em termos económicos, mas, depois do que aconteceu, eu e as outras pessoas ganhámos consciência de que sou humana e que não podia prosseguir ao ritmo de antigamente, pelo que procedemos a alguns ajustes. Neste momento, estou a fazer uso de tudo o que aprendi nos últimos 20 anos. É por isso que gosto tanto de estar em palco. Não stresso nem passo o dia inteiro atormentando-me, que era o que costumava fazer. Agora, subo ao palco com a consciência de que... é isto que faço.

Sobretudo nesta década, você tornou-se uma figura admirada na cultura pop e mesmo noutros universos mais distantes. Às vezes, a coisa parece rondar o consenso. Isso fazia parte do plano?
Jamais (risos)! Acho que ficarei sempre surpreendida com isso. É difícil avaliar o que os outros vêem em nós - esta é a minha vida, isto é o que eu faço, e sinto-me feliz desde que ande a fazer alguma coisa criativa. Mas saber que esta onda não pára de se expandir é verdadeiramente incrível. Sinto-me muito, muito afortunada por ter estes meios de comunicação. Adoro comunicar, quer seja cantando, ou através de vídeos, ou pela escrita, ou outra coisa qualquer. Gosto de explorar formas diferentes de dar corpo à criatividade, o que também pode passar por perfumes ou livros, que são diferentes projectos paralelos que mantenho - pequenos projectos, mas bastante recompensadores.»
in Expresso online, 29-6-2009


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Elton John canta domingo no Pavilhão Atlântico (Lisboa)...

Sir Elton John volta aos palcos portugueses depois de há 17 anos ter enchido o Estádio de Alvalade. Pelo meio, em 2000, fica a história de um concerto no Casino do Estoril cancelado 15 minutos antes do seu início. (Veja um vídeo no final do texto)


Com 62 anos, Elton John traz a Portugal a digressão comemorativa dos seus 40 anos de carreira. O anúncio do espectáculo foi feito em Abril e estabelecia o dia 27 de Junho e o Estádio do Restelo, em Lisboa, como data e local do acontecimento.

A 8 de Junho, no entanto, a promotora do concerto, Ritmos & Blues, comunicava que o concerto se realizaria um dia depois e no Pavilhão Atlântico. "Problemas físicos inviabilizam a realização do concerto de Elton John n'Os Belenenses", especificava um comunicado de imprensa.

A dimensão e os aspectos técnicos do palco obrigavam à utilização de uma grua de 50 toneladas, impossível de colocar no interior do Estádio do Restelo, já que a altura de entrada da porta da maratona do estádio é menor.

Os Estádios de Alvalade e do Dragão foram a primeira solução procurada pela promotora, mas já não estavam disponíveis, tendo sido a opção escolher outro tipo de recinto. A Ritmos & Blues assegura que "esta mudança para o Pavilhão Atlântico acaba por significar um aumento de proximidade com o artista, bem como uma melhoria na comodidade".

Os bilhetes (que variam entre os 55 e os 125 euros) não precisam de ser trocados.

As alterações de data e local do concerto de Elton John em Lisboa trazem de volta à memória dos fãs o cancelamento do seu último espectáculo em Portugal, agendado para o Casino Estoril a 13 de Setembro de 2000.

As garantias para a realização do concerto estão dadas mas a ligação do espectáculo de 28 de Junho próximo ao Casino Estoril, "numa homenagem ao seu mérito em prol da divulgação da Arte, da Cultura e dos grandes eventos musicais no País", acentua as recordações.

O Casino Estoril surge como co-promotor deste concerto, tendo intervindo nas negociações com o artista para as mudanças de data e local imprescindíveis para a sua realização.

Isto ocorre praticamente uma década volvida sobre a polémica "fuga" de Elton John do Salão Preto e Prata, onde deveria actuar perante uma plateia esgotada.

À data, um telefonema de David Furnish, namorado do cantor britânico, terá desencadeado o misterioso desaparecimento de Elton John do aasino e o cancelamento do show.

David Furnish ter-se-á zangado com o cantor ao tomar conhecimento de que "um massagista alto, louro e de olhos azuis", como foi descrito por fontes do Casino do Estoril, tinha sido requisitado para tratar de Elton John no camarim, já decorado com as habituais bonecas Barbie e o seu correspondente masculino Ken, vestido de noiva.

Depois do telefonema, que terá sido feito às 22h55, o cantor pediu 15 minutos para apanhar ar e deslocou-se até Tires, em cujo aeródromo estava aterrado o seu avião particular. Elton John entrou no avião e regressou a Inglaterra sem dar quaisquer explicações à direcção do Casino do Estoril. Setenta mil contos (360 mil euros) foi a indemnização pedida então ao cantor.

A digressão que o artista inglês agora vem promover a Portugal teve início dia 6 de Junho, em Limerick, na Irlanda, e celebra os grandes êxitos da sua carreira, marcada por 500 composições e 32 álbuns.

Recorde-se que esta é a terceira vez que Elton John actua num palco português. A primeira aconteceu em Vilar de Mouros, em 1971, e a segunda no Estádio de Alvalade, em Lisboa, em 1992.




in Expresso online, 26-6-2009

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Michael Jackson morreu hoje...


«Michael Jackson morreu hoje, aos 50 anos, na sequência de uma paragem cardíaca»
Lusa, última hora, 25-6-2009





Maria da Fé recebe hoje no Coliseu dos Recreios a medalha de Lisboa...

...e uma placa de prata da SPA


Lisboa, 25 Jun (Lusa) - A fadista Maria da Fé celebra hoje 50 anos de carreira no Coliseu de Lisboa, e receberá em cena aberta a Medalha da Cidade de Lisboa e uma Placa de Prata da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).

A SPA distingue a fadista pelos seus 50 anos ao serviço da música e dos autores portugueses, disse à Lusa fonte da instituição.

Sexta-feira a fadista actua no Coliseu do Porto, sua cidade natal.

Além de Maria da Fé, sobem aos palcos daquelas duas salas Ada de Castro, Aldina Duarte, Camané e António Zambujo, fadistas que já actuaram na sua casa de fados em Lisboa, Senhor Vinho, à Madragoa.

Os fadistas serão acompanhados à guitarra portuguesa por José Manuel Neto e Paulo Parreira, à viola por Carlos Manuel Proença e à viola-baixo por Daniel Pinto.

A fadista afirmou à agência Lusa guardar "gratas recordações" de uma carreira que começou no Porto, e que a levou a pisar "os mais importantes palcos do mundo".

Referindo-se aos espectáculos de hoje em Lisboa e de sexta-feira no Porto, Maria da Fé afirmou à Lusa que quer "surpreender e ser surpreendida".

"Não vou querer abrir o leque dos espectáculos, quero surpreender, mas também ser surpreendida", disse a fadista à Lusa.

Em palco Maria da Fé afirma que "há uma outra liberdade, diferente da que se tem numa casa de fados com o público ali mesmo. De facto sinto que sou outra pessoa, claro que tenho nervos e sinto medo, mas dá para termos uma abertura diferente".



Texto da Lusa, 25-6-2009

segunda-feira, 15 de junho de 2009

No Centro Cultural de Belém: Camané com orquestra e piano...

- Camané -


O Centro Cultural de Belém deu "Carta Branca a Camané" e o fadista aproveitou para convidar a Orquestra Metropolitana de Lisboa, dirigida pelo maestro César Costa, e o pianista Mário Laginha, que se vão juntar aos seus habituais acompanhantes, José Manuel Neto (guitarra portuguesa) e Carlos Manuel Proença (viola), e ainda a Paulo Paz (contrabaixo).

São três mundos muito distintos que se vão cruzar no palco do Grande Auditório do CCB, em Lisboa, hoje e amanhã, às 21.00.

A base do concerto será o último disco de Camané, Sempre de Mim, havendo outros temas mais antigos. Assegurados estão temas como Sei de um rio, Lembra-te sempre de mim, Te juro, Mais um fado no fado ou Senhora do livramento. O preço dos bilhetes oscila entre os 5 e os 25 euros.

in DN online, 15-6-2009



- Mário Laginha -



quinta-feira, 11 de junho de 2009

Mariza em Espinho...



Apresentação do novo álbum da voz mais internacional do novo fado. Chama-se "Terra" e foi gravado entre Lisboa e Madrid, com Javier Limón na produção. Dia 13 de Junho em Espinho.
Criada na Mouraria, em Lisboa, Mariza foi "descoberta" pelo grande público durante espectáculos de homenagem a Amália Rodrigues e foi rapidamente considerada uma grande revelação do fado, juntando-se ao leque formado por cantoras como Mafalda Arnauth e Cristina Branco. O cineasta José Fonseca e Costa, ao ouvi-la, não foi parco em elogios: "O caminho de Mariza em direcção às estrelas acaba de começar". Não se enganou. Mariza é, sem dúvida, a mais internacional voz do novo fado, especialmente desde que, em 2003, foi eleita pela rede britânica BBC Rádio como a melhor artista da Europa na categoria de world music. É uma estrela mundial, ao ponto de já lhe terem chamado "rock star do fado". Diva é que não, que ela não gosta.

Espinho, Nave Polivalente de Espinho - Lugar de Sales - Silbalde
Dia 13-06-2009
Sábado às 22h00
(in Público online, 11-6-2009)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Toquinho, de passagem por Portugal, recorda 40 anos de carreira na MPB...


Lisboa, 10 Jun (Lusa) - O músico brasileiro Toquinho acaba de editar em Portugal um álbum gravado ao vivo com o grupo MPB4 e no qual regista momentos musicais de mais de quarenta anos de carreira, como recordou à agência Lusa.

"Toquinho e MPB4 - Quarenta anos de música" é um encontro de dois nomes da música popular brasileira, que se juntaram em 2008 para recordar carreiras paralelas do panorama brasileiro.
O concerto, realizado em São Paulo, foi registado em CD e DVD e apresenta temas de Toquinho que são ainda hoje referências, como "Regra Três" e "Tarde en Itapoã", com letra de Vinicius de Moraes, e também composições de Chico Buarque, Tom Jobim, Dorival Caymmi ou Gonzaginha.
"São oitenta discos, cinco mil shows, é um acumular de lembranças", recordou Toquinho, 62 anos, quando fala da sua carreira musical, garantindo que não se assume um saudosista do passado.

Ao violão, o músico paulista, gravou cerca de trezentas canções que fazem parte do percurso da música popular brasileira.

"Eu sempre procurei fazer uma canção na minha vida que tivesse aquela semente das coisas duradouras, se possível da eternidade, canções que fiquem e que não sejam meteóricas e isso dá muito trabalho, porque é o caminho da simplicidade", defendeu o autor de "Aquarela".

Toquinho, nome carinhoso de Antonio Pecci Filho, admitiu que a sua vida "tem sido generosa", porque as suas canções se perpetuaram no tempo e são redescobertas por públicos mais novos, que se interessam - sublinhou - pela simplicidade das melodias e pelo trabalho como instrumentista.

O compositor refere-se ao seu percurso como "uma conquista" assente em "canções que façam parte da vida das pessoas, que não sejam herméticas e que ao mesmo tempo os músicos gostem".

Sempre que vem à Europa, Toquinho passa por Portugal, embora a lembrança mais recente de uma actuação em solo português remonte, na sua memória, a um concerto durante a Expo'98.

Desta vez o concerto foi marcado no âmbito do sexto Encontro de Culturas de Serpa.

De regresso ao Brasil, Toquinho entrará em estúdio para gravar um novo álbum, em parceria com o escritor chileno Antonio Skármeta, que conheceu num concerto no Chile há cerca de três anos.

O álbum, que terá por título "obras de arte", só deverá sair em 2010 e reúne 12 composições com música de Toquinho e letra de Skármeta, uma parceria que resulta de uma amizade e e partilha de "afinidades musicais e valores de vida".

"Vamos lançar em espanhol, português e italiano e há alguma expectativa porque o Skármeta não é um poeta e um compositor", referiu.

Depois do concerto em Serpa, Toquinho ficará em Lisboa por mais dois dias e no final da semana segue para um concerto nas Canárias, Espanha.

O álbum "Toquinho e MPB4 - Quarenta anos de música", que está a promover, apresenta ainda doze composições com letra do escritor Vinicius de Moraes, um dos mais importantes parceiros da sua carreira, como admitiu.

"Foram dez anos de parceria contínua, mais de mil shows feitos. Vinicius foi um grande poeta brasileiro e eu tive um privilégio e sorte de trabalhar com ele. Talvez eu não tenha um parceiro igual em toda a minha vida", disse.

É dele a letra de "Tarde de Itapoã", "Se todos fossem iguais a você", "O bem-amado" e "Regra três", que integram "Toquinho e MPB4".
Lusa, 10-6-2009


Mayra Andrade nas Caldas da Rainha...


Sensibilidade e calor, com a herdeira mais-que-provável de Cesária Évora. O sucessor do extraordinário "Navega" já está pronto.
Caldas da Rainha, Centro Cultural e Congressos das Caldas da Rainha - Rua Doutor Leonel Sotto Mayor.
Dia 12-06-2009, Sexta às 21h30
in Público online, 10-6-2009


terça-feira, 9 de junho de 2009

Grupo Deolinda elogiado pelo jornal inglês "The Times"...


Para o diário inglês a música do grupo português é alegre e travessa, afastando-se da imagem melodramática do fado, alguns dos temas têm um "subtil recorte indie-rock", a par de ritmos da música brasileira e cabo-verdiana. (Veja no fim do texto um vídeo com uma das músicas mais elogiadas pelo jornal britânico)

O jornal britânico "The Times" elogia a actuação dos portugueses Deolinda em Londres, destacando a presença em palco de Ana Bacalhau e as canções que preenchem o álbum "Canção ao lado". Os Deolinda actuaram a 4 de Junho no Institute of Contemporary Arts, em estreia em solo britânico, e a crítica do jornal britânico só foi divulgada na segunda-feira.

O grupo tem estado em digressão pela Europa a apresentar o álbum de estreia, "Canção ao lado", que para o "The Times" é um dos mais estimulantes lançamentos do ano. "Ana Bacalhau e os seus companheiros poderão acabar por dar alguma luta à rainha do fado, Mariza", escreve o jornal.

Para o diário a música dos Deolinda é alegre e travessa, afastando-se da imagem melodramática do fado, alguns dos temas têm um "subtil recorte indie-rock", a par de ritmos da música brasileira e cabo-verdiana.

Destaque para a presença em palco da vocalista Ana Bacalhau, que encarna a personagem Deolinda, uma "figura sensual abençoada por um infinito movimento de ancas e um contagiante sentido de humor". Da actuação, o "The Times" faz referência a canções como 'Clandestino', que evidencia o lado mais melancólico de Ana Bacalhau, 'Fon fon fon' e o satírico 'Movimento Perpétuo Associativo'.

No âmbito da digressão europeia, os Deolinda já actuaram em Paris, Madrid, Roma, Amesterdão, entre outras cidades. Nos próximos meses têm agendados vários concertos, sobretudo em Portugal, destacando-se passagens pelos Açores e Madeira, pelo festival Delta Tejo e por um regresso a Itália.

Os Deolinda, que se estrearam no ano passado com o álbum "Canção ao lado", já duplo platina, são constituídos por Ana Bacalhau (voz), Pedro Martins e o irmão Luís Martins (guitarras clássicas), e José Pedro Leitão (contrabaixo).

Em 2010, os Deolinda deverão editar um novo álbum de originais, com alguns dos inéditos que têm incluído no alinhamento ao vivo, como "Entre Alvalade e as Portas de Benfica" e "Fado Notário".




in Expresso online, 09-6-2009

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Leonard Cohen no Pavilhão Atlântico, dia 30 de Julho...



É caso para dizer que não há fome que não dê em fartura. Leonard Cohen passou 15 anos afastado dos palcos. O seu regresso incluiu uma passagem por Algés, em Julho do ano passado. Um ano depois, é Lisboa que o recebe para um concerto no Pavilhão Atlântico, dia 30 de Julho.

Mais de quatro décadas depois do álbum de estreia ("The Songs of Leonard Cohen"), o escritor-poeta-compositor permanece uma das mais importantes e enigmáticas figuras da música. A passagem do tempo só ajudou a reforçar a sua aura, quer entre os fãs que o viram aparecer, quer entre novas gerações de admiradores. Para uns e para outros, a prolongada ausência dos palcos não foi fácil de engolir.

Mas, aos 73 anos, este "mafioso armado com uma guitarra" (como lhe chamou o Guardian) resolveu voltar, assumindo sem pudor a motivação financeira para a sua primeira grande digressão desde 1994. "Dance me to the end of love", "Suzanne" e "Hallelujah" não faltaram aos alinhamentos.

O novo trabalho de Cohen regista, aliás, esse regresso. "Live In London", um CD/DVD duplo, foi gravado na O2 ARENA de Londres, a 17 de Julho de 2008.

Lisboa, Pavilhão Atlântico - Parque das Nações
Dia 30-07-2009
Quinta às 21h00 (portas abrem às 19h30)
PREÇO: 30€ a 75€.








Texto in Público online, 22-5-2009

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Katia Guerreiro canta sábado e domingo na Argélia...


Argel, 20 Mai (Lusa) - A fadista portuguesa Katia Guerreiro vai actuar sábado e domingo na Argélia, no âmbito do Festival Cultural Europeu, onde representa Portugal.

Katia Guerreiro actua sábado em Argel e, no dia seguinte, em Bejaia, a 263 quilómetros da capital e onde viveu exilado o antigo Presidente da República português, Teixeira Gomes.

A Embaixada de Portugal em Argel, convidando os argelinos a ouvirem a fadista escreve: "Canto da tradição e da modernidade, Katia Guerreiro simboliza a voz de uma nova geração de cantoras de fado português".

A fadista será acompanhada por três músicos portugueses: José Mário Veiga (guitarra clássica), Rodrigo Serrão (contrabaixo) e Paulo Valentin (guitarra portuguesa).

Pedro Meireles, adido cultural da Embaixada de Portugal em Argel, revelou que para além dos dois concertos, Katia Guerreiro fará ainda gravações na rádio e televisão argelinas.

O adido cultural que é Professor de Língua e Cultura Portuguesas na Universidade de Argel disse que as matérias que ensina suscitam grande interesse por parte dos universitários. Actualmente há 47 alunos de cem inscritos a frequentarem aqueles cursos, enquanto os restantes aguardam que um outro Professor entre em funções.

Dezena e meia de argelinos que trabalham com empresas portuguesas fizeram também cursos de português nas instalações da Embaixada de Portugal, onde existe uma biblioteca e uma mediateca abertas ao público.

Segundo Pedro Meireles, o Português é hoje a quarta língua oficial ao nível da União Africana.
Lusa, 20-5-2009

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O samba de Maria Rita regressa a Portugal...


Quase um ano depois da sua última apresentação em Portugal, a brasileira Maria Rita regressa para dois concertos - na próxima sexta-feira no Coliseu do Porto e no domingo no Coliseu de Lisboa.

A base do espectáculo é ainda Samba Meu, o seu terceiro álbum, lançado em Outubro de 2007. Mas o concerto não será exactamente igual. "Há pequenas mudanças mas o mais importante é que agora o show está mais maduro, mais 'azeitado', mais divertido", explicou a cantora à comunicação social. "Já deu tempo para o público conhecer bem este disco. E também nós estamos mais à vontade, há uma troca espontânea entre os artistas em palco, divertimo-nos mais e isso para a plateia."

Samba Meu revela um lado mais alegre e até "mais moleque" da cantora e que estava um pouco escondido nos dois álbuns anteriores. "O samba sempre esteve presente na minha vida e no meu repertório, mas aqui a sua manifestação foi mais intensa", reconhece Maria Rita, de 31 anos. No palco, admite, é como "um bicho numa jaula". "Sempre fui muito expansiva no palco, muito energética e intensa. Entrego-me a 110%." Mas, depois de tanto tempo a cantar Samba Meu, Maria Rita não vê a hora de terminar a digressão e tirar um tempo - para descansar e começar a pensar no novo passo. "Não tenho a menor ideia do que vem a seguir", desabafa.
in DN online, 20-5-2009

terça-feira, 19 de maio de 2009

8.ª Grande Gala do Fado - Carlos Zel, 21 de Maio no Casino Estoril...



A tradição e o carisma do género nacional representados por um elenco de luxo que reúne várias gerações de fadistas, na oitava edição da gala.

Mário Pacheco (guitarra), Paulo Parreira (guitarra), Carlos Garcia (viola), Joel Pina (viola baixo), Ana Moura, Argentina Santos, Camané, Carlos do Carmo, D. Vicente da Câmara, Maria da Fé.

Estoril, Casino Estoril - Pç. José Teodoro dos Santos
Dia 21-05-2009
Quinta às 23h00 (jantar às 21h00).
PREÇO: 90

in Público online, 19-5-2009




Beyoncé encantou o Pavilhão Atlântico...


Já sabíamos que Beyoncé era uma das estrelas pop mais cativantes da década presente. Ontem à noite a cantora voltou a provar, perante 18 mil pessoas, esta premissa, com um espectáculo de duas horas preparado até ao mais ínfimo pormenor para não falhar. E nada falhou.

Tudo num concerto de Beyoncé é espectáculo. Desde as constantes entradas e saídas de palco para mudar de vestimenta, às coreografias muito bem ensaiadas, passando por um intenso e aparatoso espectáculo de luzes ou até pelas palavras que dirigiu aos admiradores. Tudo é espectáculo e Beyoncé sabe na perfeição como ser a protagonista e deixar tudo e todos admirados.

Inicialmente o concerto estava marcado para as 21.00. Mas só uma hora depois a cantora subiu ao palco, fazendo esquecer alguma impaciência que se fazia sentir entre os fãs. E durante duas horas o público assistiu a uma sucessão de telediscos criados em tempo real, que demonstravam as várias facetas da cantora.

Entrou em palco vestida com um corpete dourado cantando Crazy In Love, um dos seus primeiros grandes êxitos a solo. Se os primeiros temas primaram pelo seu espírito mais cativante e dado a exuberantes danças em palco, pouco depois Beyoncé apareceu vestida de branco para uma sucessão de temas mais espirituais e intimistas, com um cenário também apropriado ao momento. E foi nesta altura que chegou a estar vestida de noiva. Além dos temas dos seus três discos a solo, Beyoncé interpretou no meio de um dos seus mais recentes singles, If I Were A Boy, o tema I Ougtha Know, de Alanis Morissette. Sarah McLachlan e Dawn Penn com o clássico reggae You Don’t Love Me (no no no) foram outras das artistas citadas.

As canções foram-se sucedendo a um ritmo alucinante, bem como os vários vídeos projectados e as coreografias habilmente desempenhadas por Beyoncé a e sua troupe de nove bailarinos. E enquanto a cantora não esteve em palco, a sua banda soube bem como animar as hostes.A certa altura do espectáculo a cantora apareceu suspensa do tecto do Pavilhão Atlântico e assim foi levada até a um palco circular que estava no meio do público.

A dimensão pop de Barack Obama até se fez sentir no concerto da cantora, quando num determinado momento passaram pelos ecrãs gigantes imagens do Presidente dos EUA na sua tomada de posse. A plateia respondeu em aclamação.

A destacar ainda a sucessão de vídeos de pessoas anónimas a imitarem a coreografia do mais recente êxito de Beyoncé, Single Ladies (put a ring on it), que já foi parodiado no programa Saturday Night Live. A noite terminou com um épico Halo. Durante duas horas Beyoncé foi diva, reinou e a ninguém deixou indiferente.

in DN online, 19-5-2009


Queda aparatosa de Caetano Veloso num concerto em Brasília...


O cantor brasileiro estava tão concentrado na música e no público que, por momentos, durante um concerto em Brasília, se esqueceu que estava em cima do palco e andou mais do que queria. Resultado: uma aparatosa queda, seguida de muitos aplausos. Veja o VÍDEO

Durante um concerto em Brasília, no passado sábado, dia 16, Caetano Veloso desapareceu momentaneamente do palco. O motivo foi simples: deu uma grande queda, mas não perdeu a pose.

O cantor não tardou a levantar-se do chão e começou logo a enviar beijos e sorrisos para o público que não se cansou de aplaudi-lo.

O momento, que certamente fará rir qualquer pessoa, foi captado por uma fã que decidiu publicá-lo no YouTube.




in Visão online, 19-5-2009

sábado, 16 de maio de 2009

Fafá de Belém fala da sua cidade...


A cantora brasileira Fafá de Belém não só tomou para si o nome da cidade onde nasceu como é uma coleccionadora de histórias do lugar. "A lembrança mais remota da minha vida são os cheiros e os sabores de Belém", diz. "Ali existe uma overdose de paladares e uma variedade enorme de raízes, sementes, cascas de árvores e frutas que é preciso experimentar para depois reflectir."

Como toda a paraense, é capaz de viver em qualquer parte do mundo, mas 'leva' sempre um pouco do Pará consigo. "Eu posso estar no Rio, no Alentejo ou no Porto e na minha geladeira você vai encontrar ingredientes para fazer um vatapá. Dou um jeito de passar na alfândega levando o que preciso. Quando volto de Portugal também nunca deixo de trazer um chouriço escondido na mala", conta entre gargalhadas.
Um dos seus amigos na cidade é o chefe Paulo Martins, dono do Lá em Casa, restaurante que ela recomenda sem reservas. "Para vocês terem uma ideia do talento do Paulo, basta dizer que o catalão Ferran Adrià, que é uma estrela internacional, foi a Belém no final do ano passado para conhecer Paulo Martins e reverenciá-lo pelo seu trabalho de valorização da cozinha amazónica."
A cidade tem tradições só conhecidas de quem é de lá. Uma das mais inusitadas é o hábito de tomar sopa de tacacá às cinco da tarde, na banca da Dona Marina, e depois seguir para a sorveteria Cairu, que faz os melhores gelados locais. No périplo gastronómico de Fafá não podem faltar caipirinhas de taperebá e graviola nem sucos de frutas de murici, cupuaçu e graviola.
Além de oferecer mesa farta e exótica, Belém é uma cidade arborizada, com construções remanescentes do período colonial. Um dos conjuntos arquitectónicos mais interessantes é o complexo Feliz Lusitânia, premiado pela Unesco como exemplo de restauração do património. A cidade foi ali fundada pelo algarvio Francisco Caldeira Castelo Branco. Na praça é possível visitar a Sé, o Museu de Arte Sacra e o Forte do Presépio. Junto a esses monumentos fica o palacete das Onze Janelas, erguido por um senhor de engenho e que hoje é uma espécie de restaurante e bar, com música ao vivo, onde os embalos seguem madrugada dentro.
Imperdoável para Fafá é ir a Belém e não visitar a ilha do Marajó ou a ilha fluvial do Mosqueiro, a 70 quilómetros da capital, onde há chalés construídos pelos ingleses na época do ciclo da borracha. Entre os passeios obrigatórios, ela cita o Museu dos Minerais, com o seu jardim de pedras preciosas e o Museu Emilio Goeldi, fundado em 1866 por um grupo de intelectuais e naturalistas preocupados em estudar a fauna e a flora da região.
A festa popular mais importante é o Círio de Nazaré, celebrada no segundo domingo de Outubro, quando milhares de pessoas ocupam as ruas e os turistas esgotam todos os hotéis. Para Fafá, independentemente de qualquer roteiro turístico, é preciso ir a Belém com tempo "para assistir ao pôr-do-sol nas Docas, ver as crianças colhendo mangas nas ruas na hora da chuva e passar algumas horas no mercado Ver-o-Peso, junto ao rio, para descobrir o que existe só ali e que por isso é tão único e especial."
Na agenda da Fafá

Melhores restaurantes
- Lá em casa (Estação das Docas), Peixaria do Careca (Av. Alcindo Cacela, 4288) Manjar das Garças (Rua Dr. Assis, s/n, Parque Ecológico Mangal das Garças, Cidade Velha).

Estação das Docas - Antigos armazéns reformados, onde há vários restaurantes, bares, cervejarias, livrarias. Boulevard Castilho França, 707.

Livraria Jinkins - Perseguidos na época da ditadura, os donos conseguiram manter a livraria como um ponto de liberdade na cidade. Rua Tamoios, 1592.

Hotéis - Hilton e Crowe Plaza. Ela tem uma suite permanentemente reservada em cada um.
Mercado Ver-o-Peso - Ponto turístico às margens da Baía do Guajará, que engloba o mercado de peixe, cuja estrutura de ferro foi toda trazida da Inglaterra, e uma feira de frutas, raízes, sementes, legumes, que funciona ao ar livre.

O que comprar - Banho de Cheiro, perfume típico de Belém, feito com ervas amazónicas. Na Perfumaria Orion, Rua Frutuoso Guimarães, 270.

Produtos Juruá - Sabonetes, cremes, champôs, essências e óleos. Artesanato Juruá. Rua Deodoro de Mendonça, 319.


Vídeos:








in Expresso online, 16-5-2009

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Coliseu de Lisboa esgotou e aplaudiu de pé Antony and the Johnsons...


Antony não é, de todo, uma novidade para o público português. Já tinha passado por palcos portugueses acompanhando as CocoRosie ou Lou Reed, e também em nome próprio, para apresentar o disco que até hoje lhe deu maior visibilidade, I Am A Bird Now.

Ontem foram as canções do novo The Crying Light que estiveram em destaque, mesmo sem a presença de Nico Muhly e os seus arranjos para orquestra, que foram uma das surpresas do disco. No entanto os seis Johnsons que acompanham Antony Hegarty souberam dar outra vida a essas canções, algumas com um toque mais rock, sem lhes tirar uma gota do dramatismo que lhes é característico.

No entanto esse lado melodramático, tão próprio da música do cantor, não o impediu de revelar ao longo do concerto um sentido de humor muito apurado. Contudo, Antony não se mostrou logo à vontade com o público que esgotava esta sala lisboeta.

Depois de uma performance por uma bailarina convidada, às 22 horas em ponto Antony and the Johnsons subiram ao palco e logo aclamados em peso. Mas na primeira canção ainda o cantor se encontrava no escuro. Pouco depois, já visível ao olhar público, começou a contar os seus passeios por Sintra, o seu passado católico, com o qual, revelou, já não se identifica, e disse mesmo: “Rapidamente percebi que havia qualquer coisa de muito errado no meio daquilo tudo”. O actual Presidente dos EUA e algumas das suas mais recentes medidas foram também alvo de crítica, mas não deixou de sublinhar que “gosta” deste novo presidente. E comentou, entre risos, as notícias recentes sobre a subida do nível das águas e o fim da humanidade. Foi com estes temas que introduziu Everglade, do novo The Crying Light, que foi o disco central do espectáculo.

Durante duas horas o cantor e os seus músicos tiveram oportunidade de apresentar aos fãs temas de todos os discos já editados, do primeiro álbum homónimo, até uma versão mais rock de Fistful of Love, do segundo disco, I Am A Bird Now, passando por um entusiasticamente aplaudido I Fell In Love with a Dead Boy. Sempre sentado ao piano de cauda, em palco revelou irreverência e animação em Shake the Devil, tema com percussões fortes, desvarios ao saxofone e aproximações à música gospel. Seguiu-se-lhe um inédito na mesma linha, que deu oportunidade ao cantor de contar uma das histórias mais mirabolantes da noite, sobre uma encarnação feminina de Jesus Cristo, a que deu o nome de Jesus Christina, natural do Afeganistão, que viria salvar a terra no futuro e levar à criação “de governos profundamente femininos”. E pelo meio não deixou de falar muito sarcasticamente de Dick Cheney. O final do espectáculo não poderia ter sido outro, com Hope There’s Someone, o tema que deu visibilidade global ao cantor.
in DN online, 15-5-2009


Ana Moura: Prince entusiasma-se com a fadista em Paris...


Ana Moura estava lindíssima ontem à noite no palco de La Cigale , no bairro de Pigalle, em Paris. O concerto foi espantoso e a assistência, na maioria portugueses, vibrou do princípio ao fim com a voz forte e sensual da fadista.

Mas ninguém se apercebeu que, escondido junto ao palco, Prince também assistia ao concerto, não se cansando de a aplaudir, muito entusiasmado com a portuguesa. Depois dos Rolling Stones , que a convidaram a participar no disco "Stones World", Ana Moura parece ter igualmente conquistado Prince, que pretende também gravar com ela.

O projecto do disco em conjunto foi confirmado aos jornalistas pela fadista, no fim do concerto. A estrela mundial da música pop, que entrou na sala quando as luzes se apagaram, protegido por três guarda-costas, esperou no fim quase uma hora pela fadista para irem cear juntos na capital francesa.



A informação sobre a presença de Prince foi guardada secreta até ele ter saído de La Cigale. Diz quem o viu que estava vestido de fato vermelho e "bengala de monarca".

Ana Moura, que era até ontem pouco conhecida em França - os dois balcões estavam vazios e apenas a plateia da linda sala parisiense estava cheia - , deu um concerto memorável. Envergando um longo vestido negro que lhe realçava a silhueta de sereia, a fadista chegou a levar o público às lágrimas quando interpretou 'Fado loucura' ou 'A minha guitarra'.

Por vezes, durante o concerto, a fadista também mostrou alguma surpresa e uma evidente emoção com os intensos aplausos e, sobretudo, quando os espectadores cantaram em coro, com ela, alguns dos seus fados mais conhecidos.



No fim, enquanto Prince saía sorrateiramente do seu esconderijo, Ana Moura foi aplaudida longamente, sendo obrigada a voltar ao palco para cantar meia dúzia de encores. Durante o espectáculo de cerca de duas horas, a fadista interpretara um dos temas de "Stones World", com metade da letra em inglês e outra metade em português.

O jornal francês "Le Parisien" garante na sua edição de hoje que Prince atravessou o Oceano Atlântico apenas com o objectivo de ver Ana Moura em Paris. "Só vim para pegar na cauda do vestido da Ana"..., diz o artista pop num comunicado de imprensa da equipa de produção da fadista, dado a conhecer no final do espectáculo.

in Expresso online, 15-5-2009

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Prémio Consagração e Carreira para José Cid...


A Sociedade Portuguesa de Autores distingue dia 22, Dia do Autor, 38 personalidades e entidades, entre elas José Cid com Prémio Consagração e Carreira.

O Prémio Consagração e Carreira, as 28 Medalhas de Honra e os 09 Prémios Pró-Autor serão entregues a partir das 18:30, em sessão solene, na Galeria Carlos Paredes, no edifício da SPA.

No mesmo dia será conhecido o vencedor do Grande Prémio de Teatro SPA/Novo Grupo 2009, e será lida a mensagem, este ano a cargo da escritora Maria Isabel Barreno.

José Cid é "um dos mais populares nomes de sempre da música portuguesa, triunfador de vários festivais em Portugal e no estrangeiro e autor de alguns dos maiores êxitos musicais das últimas décadas", lê-se numa nota da SPA.

Autor, entre outros, de "Grande, grande amor", "Ontem, hoje, amanhã", "A cabana", "No dia em que o rei fez anos", ou "Cai neve em Nova Iorque", José Cid disse à Lusa que está "grato" pelo galardão "mas pelo menos outros dez nomes" da sua geração "também mereciam o prémio".

No ano passado a SPA distinguiu com o Prémio Consagração de Carreira a escritora Isabel da Nóbrega, e anteriormente foram galardoados Raul Solnado, Matilde Rosa Araújo, Igrejas Caeiro e António de Macedo.

As 28 personalidades a quem serão entregues as Medalhas de Honra pertencem a diferentes sectores da área cultural desde o teatro à literatura passando pela rádio e o cinema.

A actriz Alina Vaz, que este ano completa 50 anos de actividade teatral e que adaptou vários romances de autores portugueses para teatro radiofónico, e ainda Edgar Gonçalves Preto, autor de vários textos de revista, José Lopes de Almeida, Nicolau Breyner, Norberto Barroca, e Vítor Pavão dos Santos, são os distinguidos na área do Teatro.

Na área da música é distinguido o compositor e guitarrista José Fontes Rocha, autor de muitos fados, com mais de 50 anos de carreira, e ainda António Chaínho, Eugénio Pepe, Fernando Ribeiro, o maestro José Atalaya, o poeta Lopes Vítor, Paulo Alexandre e Sílvio Pleno.

Altino Tojal, Casimiro de Brito, Luísa Ducla Soares, Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa, Mário Cláudio e Vasco Graça Moura são os escritores distinguidos.

Maria Gabriel é a única artista plástica galardoada, enquanto na área da rádio, televisão e cinema receberão a Medalha de Honra Helder Mendes, João Matos Silva, Manuel Jorge Veloso, a realizadora Monique Rutler, o locutor Orlando Dias Agudo e Rogério Ceitil.

Pela primeira vez são entregues os Prémios Pró-Autor, que distinguem entre outros, a Agência Lusa.

Segundo uma nota da SPA, a cooperativa decidiu criar estes Prémios, que entrega no Dia do Autor, "tendo em consideração que vários órgãos de informação, autores e apresentadores de programas, jornalistas e outros agentes culturais e comunicacionais divulgam regularmente e com reconhecida qualidade a actividade dos autores portugueses, bem como a problemática do Direito de Autor".

Salienta ainda a SPA, que os meios de comunicação social têm contribuído "para que exista uma maior sensibilidade da opinião pública relativamente a estes temas".

Além da Agência Lusa, são distinguidos Edgar Canelas, pelo programa "Alma Lusa", e Armando Carvalheda, pelo programa "Viva a música", ambos da RDP Antena 1, a revista "Os meus livros", e Luís Caetano, pelos programas "Um Certo Olhar", "A Forças das Coisas" e "Última Edição", todos da RDP Antena 2.

São também distinguidos João Lopes, pela sua actividade como divulgador de cinema na rádio e na televisão, o Rádio Clube Português, Fernanda Freitas pelo programa que apresenta na RTP2 "Sociedade Civil", e ainda o director do Museu Nacional do Teatro, José Carlos Alvarez Barreto.

A título póstumo é distinguido o apresentador e divulgador de banda desenhada e cinema de animação Vasco Granja, falecido há uma semana.

Durante as celebrações, será lançada a peça vencedora do Grande Prémio de Teatro do ano passado, "Uma Família Portuguesa", de Miguel Real e Filomena Oliveira.

A fadista Aldina Duarte encerra as celebrações. Refira-se que o seu mais recente álbum, "Mulheres ao espelho", foi produzido com o apoio do Fundo Cultural da SPA.
in JN online, 14-5-2009